Brincar: um direito das crianças!

Brincar é um direito das crianças, sabiam?

Hoje assinala-se o Dia Internacional dos Direitos da Criança. Datada de 1959, a Declaração Universal dos Direitos da Criança, consagrada pela ONU. Esta declaração apresenta-nos os direitos universais da criança: saúde, educação, segurança. Mas hoje falamos de BRINCAR. Será então que respeitamos e compreendemos a importância de alguns dos direitos das nossas crianças? Porque brincar é um direito!

Segundo o estudo Portugal a Brincar, desenvolvido pela Escola Superior de Educação de Coimbra, a maioria das crianças portuguesas até aos 10 anos, brincam, em média, 2 a 3 horas por dia. Será isto suficiente?

Brincar deve ser a principal atividade da criança

Brincar representa a principal atividade da criança. Brincar não se resume a entreter a criança nas horas livres, as quais são cada vez mais escassas no meio das verdadeiras agendas de adultos que possuem: escola, centros de estudos/ATL, trabalhos de casa, atividades extracurriculares, etc. É através da brincadeira, consagrada como o 7º direito na Declaração Universal dos Direitos da Criança, que a mesma tem a possibilidade de se desenvolver física, cognitiva, emocional e socialmente.

De seguida damos sugestões que podem realmente fazer a diferença no futuro da humanidade. Afinal de contas, as crianças de hoje são os adultos do futuro:

      • Brincar ao ar livre estimula o desenvolvimento físico, a aprendizagem dos próprios limites, a prevenção de excesso de peso e da depressão, pela libertação de hormonas de prazer;

      • Brincar em grupo permite desenvolver capacidades sociais, de partilha, respeito pelo outro, regras sociais, aprender a lidar com a frustração em jogos de perder e ganhar.

      • Brincadeiras com legos, por exemplo, potenciam o desenvolvimento da motricidade, conceito espacial e imaginação.

      • É através do faz de conta que as crianças experimentam diferentes papeis sociais, profissões, etc., através das quais “experienciam” a vida adulta, expressam sentimentos e preocupações.

    Brincar cria adultos com maior ou menor autorregulação, resiliência, independência, sem medo de errar e enfrentar os desafios da vida, contribuindo para pessoas mais felizes.

    Então voltemos à mesma questão: será que estamos a respeitar os direitos das nossas crianças?

    Os pais/cuidadores desempenham um papel fundamental na integração da criança no ambiente, na sua estimulação e na luta pelo respeito pelos direitos das crianças.

    É fundamental que os adultos brinquem com as crianças, de forma empenhada e livre de distrações, como dispositivos móveis.

    É através do tempo dedicado às crianças, da atenção verdadeira que lhes damos, que lhes mostramos o quanto os estamos a valorizar enquanto pessoas, transmitindo-lhes autoconfiança, segurança e elevando o seu autoconceito.

    Como dedicar tempo às crianças sem pensar em preocupações?

    Não pensar em preocupações é quase impossível nos dias de hoje! Rapidamente desaprendemos hábitos mais saudáveis de viver a vida, mesmo quando nos estamos a regrar na luta contra a preocupação.

    Mas será que tudo o que temos para fazer ao longo do dia é mesmo indispensável e inadiável? Será que não conseguimos dedicar 30 minutos exclusivamente a brincar?

    Sabemos que não conseguimos mudar o mundo, mas sabemos também que se cada um de nós conseguir mudar alguma coisa, por pequena que seja, podemos tornar o mundo um sítio melhor. Cabe a cada um de nós sensibilizar, mudar em si próprio e no seu seio familiar. Mudar a sociedade poderá não ser fácil, mas mudar uma pessoa que seja será bem mais fácil. E de que é feita a sociedade senão de pessoas?

    Citando o Professor Carlos Neto “Há uma correlação muito forte entre as crianças que brincaram muito e adultos empreendedores e felizes.”

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