Diário do nosso apoio pós-parto ao domicílio – o medo

Começamos uma viagem pelo diário do nosso apoio pós-parto ao domicílio. E queremos muito que este diário se transforme numa partilha e numa aprendizagem para todos os que por aqui passam.

Hoje falamo-vos de medo, do medo da Maria e do João, os pais da pequena Sofia. Eles viram no parto e no pós-parto um cenário discrepante do que tinham idealizado. Desejavam, sobretudo a Maria, um parto via vaginal, um momento inicial com a sua bebé no seu peito, uma bebé serena e a mamar bem. Aquilo que qualquer mãe e pai desejam.

Às 32 semanas de gravidez estes pais decidiram marcar o apoio pós-parto ao domicílio. Decidiram fazê-lo, diziam, por medo da nova fase que se avizinhava (o comum na maioria dos casais). O acompanhamento começou antecipadamente, com esclarecimento de algumas questões via WhatsApp. Já eles sabiam que “tinham” de nos informar mal entrassem na maternidade. Fez toda a diferença, porque foi logo aí que começámos a dar-lhes apoio.

SABIAM QUE a equipa SOSMAMÃ pede para cada casal informar assim que entre na maternidade? Isso permite que acompanhemos a evolução da situação e ajudemos com dicas práticas, quando as coisas não correm como esperado. Faz a diferença na tranquilização dos pais e logo que possível, lá estaremos junto a vós, na vossa casa, para vos dar o apoio presencial.

O nascimento

A Maria partilhou connosco, ainda na gravidez, o seu sonho com o nascimento da Sofia. Tinha muito medo de não ter um parto vaginal e de o pós-parto não ser como tinha imaginado.

A pequena Sofia nasceu de cesariana por não progressão do trabalho de parto. Logo aí esta mãe viu um dos seus sonhos deitado ao chão.

O líquido amniótico apresentava mecónico, o que significa que a bebé podia ter entrado em sofrimento para nascer. Felizmente esteve sempre estável. Mas a mãe não…

Pós-parto cor de rosa? Choque!

No pós-parto, o internamento da mãe foi prolongado por cefaleias intensas (dor de cabeça), com necessidade de intervenção médica. Associaram aos efeitos da anestesia. Talvez estivesse mesmo a ser um parto cor de rosa, mas choque!

No pós-parto, a equipa SOSMAMÃ privou três vezes com esta família. No primeiro contacto, ainda num período de adaptação a casa, logo após a alta, percebemos vários sinais de tensão muscular na pequena Sofia. Estas tensões estão muitas vezes relacionadas com o mundo intrauterino ou até com o parto e interferem com todo o bem-estar de um bebé. Se não forem trabalhadas, repercutem-se em dificuldades na amamentação, no descanso e sono do bebé e, claro, em maior irritabilidade (que todos vão associar facilmente a cólica).

A dor

A Maria tinha dor intensa na mamada e manter aquele sofrimento estava a ser desesperante. Por um lado desejava muito amamentar; por outro sentia-se em sofrimento crescente, com uma dor nunca antes vivida.

SABIAM QUE a dor na amamentação é sempre indicativa de que algo não está bem? A adaptação eficaz de um bebé à mama não pressupõe dor! Procurem os sinais. Não se permitam sofrer.

Uma mãe privada de sono, que não conseguia separar-se da sua bebé e um sentimento de culpa constante por sentir dor e não estar a aproveitar o pós-parto. A equipa SOSMAMÃ foi mais além do que corrigir a pega da bebé e a posição da mãe. Encontrámos estratégias com este pai para alimentar a bebé enquanto as maminhas da mãe descansavam e melhoravam por umas horas; encaminhámos o caso com urgência para que no dia seguinte a primeira sessão de fisioterapia ajudasse a Sofia a melhorar o posicionamento e, consequentemente a mamada. A fim de que a dor deixasse de existir!

Depois da ida a fisioterapia, o nosso segundo encontro foi marcado pelo apoio intenso na mamada: correção de pega, explicação de todos os sinais de saciedade aos pais e garantia de que sozinhos conseguiam amamentar a Sofia, sem dor.

As visitas

O maior medo desta família no nosso terceiro encontro, já aos 19 dias de vida da Sofia relacionava-se com o tema das visitas, gerador de stress e discussão. Os pais não estavam de acordo. Ouvir as duas partes, ser mediadores da discussão e encontrar em conjunto estratégias que apaziguassem este coração de mãe tão preocupado com a transmissão da infeção, foi a nossa grande missão.

Já no segundo contacto com a família tinham sido evidentes os sinais de ansiedade e depressão materna. Então, no terceiro contacto a equipa SOSMAMÃ foi mais além do que corrigir a pega da bebé e a posição da mãe. Ouvir as angústias destes pais, de uma mãe que não ultrapassou o “trauma” do pós-parto imediato e de um parto completamente diferente do que tinha idealizado. Encontrar estratégias conjuntas para que esta mãe conseguisse descansar, provar-lhe que a sua bebé fica tranquila na sua “ausência” e sensibilizar para os possíveis sinais de depressão pós-parto.

Só para ilustrar aquilo que é o vosso carinho e reconhecimento por nós, terminámos o nosso acompanhamento pós-parto a esta família maravilhosa com esta mensagem, que nos deixa de coração cheio:
“Olá!! Esta tudo ótimo 🤗 Já estamos prós a mamar em qualquer lado e em qualquer posição! Continuamos muito contentes com o vosso apoio e a recomendar já!!”

SAIBAM MAIS sobre o nosso serviço de apoio pós-parto ao domicílio por whatsapp: 917888736 (chamada ao preço da chamada móvel nacional) ou neste link.

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