Mãe independente: uma história real

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A história da Joana é uma história real de uma mulher que se tornou mãe independente.

Conheço a Joana desde que me lembro. E saber que próximo de mim existe uma história tão bonita e que pode ser mostrada ao mundo para ajudar mais pessoas na mesma situação alivia-me. Fico feliz de vos trazer esta história em particular.

Foi com o sonho de ser mãe que a Joana procurou os especialistas certos e, por meio de uma inseminação artificial concretizou esse projeto.

Hoje trago-vos esta entrevista e espero sinceramente que ajude muitas de vós que se encontram ou encontrarão em situação semelhante:

Olá Joana, antes de mais obrigada por te juntares a mim nesta entrevista tão especial!

1. Inseminação artificial, porquê?

Respondo te com outra pergunta: e porque não?

Adoro o que faço e sempre quis ser mãe, desde que me lembro. Gostava de ser mãe cedo, tenho 22 anos de diferença da minha mãe e gosto disso… No entanto, não aconteceu como idealizava.

A vontade de viver intensamente todos os projetos a que me submetia, desde jogar no estrangeiro, aos Marmelos do Double “D”, juntamente com a vontade de conhecer outras culturas e desbravar o mundo, acabei sempre por ir adiando. Havia sempre uma experiência em mente para ser vivida e ia adiando.

Entretanto, estava numa relação que não deu certo. E foi aí que pensei: porque não ser mãe independente? Por via de inseminação artificial, tenho uma família fantástica e tinha a certeza que me iam dar a mão.

Comecei a pesquisar. 2020 ia ser um ano cheio de viagens para depois abrandar e dar o passo. Veio a covid. Fechou tudo. Demorei um ano a amadurecer ainda mais esta ideia, a “dar a dica” à família e sempre a pesquisar. Entretanto também conheci alguns casos de amigas e amigas de amigos que são mães independentes. Isso deu-me ainda mais alento.

2. Como foi tomada a decisão? Foi pessoal ou em casal?

Na altura foi pessoal. Engravidei como mãe independente. Posteriormente veio a ser vivida como casal. Hoje o Tomás é meu filho e filho da Maria. E eu voltei a ser a Joana!

Joana, Tomás e Maria

3. E a família como reagiu a esta opção?

A minha mãe sempre me disse que gostava de ter um neto. Eu ia dar-lhe esse neto, mas como mãe independente!

Na 1ª inseminação não contei a ninguém. Fiz a estimulação do meu corpo sozinha em casa. Não vingou.

Na segunda vez que me submeti a inseminação artificial contei à minha família. Quando já estava grávida contei-lhes aos 3 meses e depois começaram aí muitas dúvidas deles: E quando te perguntarem quem é o pai? Vais dizer “eu sou mãe independente e recorri a uma inseminação artificial”? Sim, claro.

4. Quais foram as tuas principais dificuldades quando todo processo começou?

Não tive grandes dificuldades. Já me conheces e sabes que sou uma pessoa bastante descontraída e quando acredito que vai dar certo, mais para a esquerda, mais para a direita faço para que dê certo. E quando não dá, aceito que não deu.
A minha principal preocupação era que o dador fosse saudável e que os seus familiares não tivessem uma palavra que me é bastante familiar da parte da família da minha mãe:, o cancro.
A 1ª não vingou. Foi à 2ª tentativa.

5. Mas pudeste escolher o dador ou ter acesso a esses dados?

A clinica sugeriu um banco de esperma ibérico. A minha preocupação era saber se tinha cancro. Paguei mais mas tive acesso a todas as características, tipos de atividades, gostos, caligrafia e isso fez toda a diferença na minha tranquilização.

A clinica entrou em contacto com o banco e o esperma veio após análises de compatibilidade.

5. E depois do positivo, quais os principais medos ou receios?

Do parto, que por sua vez foi fantástico.
Depois mais para o fim da gravidez a sociedade.

6. Porquê teres receio da sociedade?

Idealizava a vida do Tomás a viver em Lisboa, onde a probabilidade do Tomás entrar numa creche com crianças com a mesma condição era grande. Contudo, viemos viver para a aldeia e essa preocupação existiu em mim. Receava por isso, mas depois percebi que se eu o educar isso não muda nada.

 

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