Visitas ao recém-nascido: 4 cuidados essenciais e 5 estratégias com e sem pandemia
As visitas a um recém-nascido são, em qualquer circunstância, complexas. São necessários muitos cuidados dos pais e das visitas, para minimizar repercussões no recém-nascido: não somente pela sua fragilidade imunitária, mas também pelas alterações no ambiente envolvente, que influenciam o seu ciclo de sono e repouso.
Se me questionam relativamente a este tema, eu não tenho dúvidas na resposta:
Quanto mais tarde houver visitas, melhor! Com e sem pandemia…
Melhor para os pais que precisam de se reorganizar em casa para conhecerem o seu bebé e se ambientarem às novas rotinas;
Melhor para o bebé, que se mantém na sua tranquilidade, sem agitação e sem riscos vindos do exterior. Por menor que seja o ruído e a agitação das visitas, há sempre destabilização do espaço físico e da própria mãe, o que causa alterações notórias no recém-nascido.
Ponderem se não vos aconteceu, nalgum momento, o seguinte:
O recém-nascido ao final do dia iniciou um estado de agitação anormal. Analisaram-se todas as opções:
Será sono? Tentaram adormecer o bebé – manteve agitação;
Será fome? Foi colocado à mama ou preparado biberão e oferecido ao bebé – manteve-se sem descansar;
Será frio? Colocaram uma manta a tapar o bebé – manteve-se sem descansar;
Será calor? Retiraram alguma peça de roupa e verificaram a temperatura do ambiente envolvente – manteve-se sem descansar;
Será cólicas? Fizeram massagem, estimulação com cânula de bebegel (ver artigo «Cólicas. Como lidar?»), contacto pele com pele, mimo e aconchego através de babywearing – manteve-se sem descansar;
O que será? O bebé mantém agitação. Não descansa. FALTOU PONDERAR A OPÇÃO: agitação causada pela alteração no ambiente do bebé durante o dia. Será? Alteração no ruido, na luz, no ambiente do bebé; alguma visita que falou mais alto, alguém que disse algo e a mãe ficou ansiosa (passando para o bebé), uma televisão com som mais elevado para ouvir algum programa… Enfim. Uma infinidade de opções que podem causar destabilização do ambiente envolvente e, por sua vez, interferir com o ciclo sono-repouso do bebé.
Quando se diz que o recém-nascido é fragil, não haja dúvida: o recém-nascido é frágil!
Não nos esqueçamos que há 5, 10, 20 ou 25 dias atrás, aquele bebé esteve protegido de todo e qualquer impacto na barriga da mãe. Por maior que fosse o ruído, tinha o ambiente materno, o som, o palpitar da mãe para o acalmar. E o bebé ainda pensa estar nesse sítio, daí muitas vezes não lidar bem com grandes alterações no ambiente. O ambiente nos primeiros tempos TEM DE SER cuidadoso e propício ao recém-nascido.
Mínimo de pessoas na maternidade (idealmente exclusivo a pais e avós);
Mínimo de pessoas no primeiro mês de vida do bebé (idealmente família chegada e amigos muito muito próximos).
Claro que em tempo de pandemia as visitas à maternidade são excluídas. Mas agora, com o desconfinamento já muitas famílias começam a “viver a normalidade” que antes conheciam. ALERTO-VOS PARA A MANUTENÇÃO DO RISCO E A IMPORTÂNCIA DE MANTERMOS O RECÉM-NASCIDO RESGUARDADO com os pais.
SABENDO QUE MUITOS DESEJAM E VÃO PERMITIR VISITAS, MESMO EM TEMPO DE PANDEMIA, deixo-vos 4 cuidados essenciais (a ter em conta mesmo sem pandemia):
definam uma a duas pessoas por dia (5 ou 10 minutos máximo);
mantenham à entrada de casa 1 desinfetante (a visita deve higienizar as mãos em pelo menos 40 segundos);
mantenham distanciamento físico;
NINGUÉM DEVE PEGAR O RECÉM-NASCIDO AO COLO a não ser os pais.
Como minimizar as visitas na maternidade e em casa?
Para tudo é preciso diálogo. Temos de conseguir falar com a nossa família e amigos e explicar a situação e os nossos pontos de vista. O ideal não é ninguém conhecer o novo ser através de videochamada pois não? Mas também não desejamos o risco no recém-nascido.
5 ESTRATÉGIAS
(com e sem pandemia)
Ao longo da gravidez ir expondo nas redes sociais os desejos do casal no que diz respeito à segurança do recém-nascido;
Definir, em casal, as pessoas que podem visitar na maternidade;
Definir, em casal, as pessoas, horários e momento propício a visitas em casa;
Preparar mensagem de texto que o pai do bebé envia aquando do nascimento do bebé à família e amigos, onde refere que, quando for propício para o casal e bebé, poderão fazer visita (o ideal é escreverem na mensagem que quando estiverem preparados para visitas informam);
Propiciar que a família e amigos (quem entenderem) conheçam o bebé, através de fotografias e videochamada.
A pandemia trouxe muita coisa má, mas também trouxe maior consciencialização das pessoas para os riscos envolvidos, sobretudo no contacto com recém-nascidos e pessoas idosas.
NÃO É SÓ O COVID-19. SEMPRE EXISTIRAM E CONTINUAM A EXISTIR INFEÇÕES GRAVES EM RECÉM-NASCIDOS CAUSADAS PELO CONTACTO COM PESSOAS VINDAS DO EXTERIOR.
Que esta altura difícil da vida de tantos pais e famílias permita maior cuidado e menor taxa de infeção em recém-nascidos e bebés.
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Prestes a ter a minha menina e faz-me todo o sentido… digno de ser partilhado e partilhado…
obrigada pela linguagem, pela partilha!!!
Obrigada eu querida Carina por estar desse lado a caminhar comigo 🙂 Um enorme beijinho e tudo de bom para a jornada que aí vem!
Não podia estar mais de acordo!!! É exactamete isso! :pray_tone2: