Como gerir a participação dos avós na educação do bebé / criança?

Avós 👳‍♀️ Que seres maravilhosos! Impossível esquecer as minhas memórias de infância, porque grande parte dessas memórias envolvem a minha avó materna. Ainda não vos tinha contado a minha história familiar, mas uma boa parte da minha infância foi passada com o grande apoio da minha avó materna, que me levava e ia buscar à escola primária ❤️

Lembro-me perfeitamente de não ter sido uma criança fácil: comia e dormia lindamente, mas era de tal maneira reguila que a minha querida avózinha sofreu comigo 😛 Ainda assim, sei que os meus pais confiavam nela a 100%. Sabiam que dava o que podia por mim e me educava como sabia, naqueles momentos em que ficava comigo. Respeitava igualmente as indicações da minha mãe e, apesar de “estragar” a neta em certas coisas (qual a avó/avô que não estraga o neto?), não havia dia em que não ouvisse dela “olha que a tua mãe pediu para fazer assim”. Querida avó, um beijinho até ao céu! Amo-te! 😍

Os avós detém uma experiência de vida que não pode ser desvalorizada

E não me refiro à típica frase: “antigamente fazia-se assim e ninguém morria” (atenção que a mortalidade infantil não tinha os números que tem hoje!…). Refiro-me, sim, a toda uma experiência pessoal de momentos menos bons, de momentos bons, de guerras, de vitórias… Uma experiência de vida que leva a que os avós valorizem muito mais pequenas coisas que aos pais ainda vão passando ao lado. Não é por nada que se ouve dizer “os avós brincam muito mais com os netos do que os pais“.

A importância de “partilhar” o bebé

Primeiramente, ninguém diz para a mãe e o pai se desapegarem do seu filho. Nada disso. Não há nada melhor do que o miminho e o conforto de mãe e pai. É uma ligação única com um filho. Mas todos sabemos que muitas mamãs consideram serem elas as únicas capazes de cuidar dos seus filhos. Volto a dizer-vos o que vos disse no artigo «Vinculação pai-bebé: 4 conselhos que ajudarão mães e pais»: É essencial consciencializarmo-nos que, na nossa ausência, os nossos filhos têm de saber sobreviver. A vida é mesmo assim e todos queremos viver muito tempo junto dos nossos filhos. Mas também sabemos que as circunstâncias da vida podem impedir isso 😨

E esse é o grande motivo que me faz crer que temos de conseguir “partilhar” os nossos filhos. E os avós são aqueles em quem podemos confiar os pequenos. Até porque, muitos de nós, pais, precisamos deste excelente apoio quando for altura de irmos trabalhar.

Que estratégias para, como pais, conseguirmos confiar os nossos filhos aos avós?

  • Começar, gradualmente, a levar o bebé a casa dos avós, mesmo que, inicialmente, na companhia dos pais;
  • Permitir que, nesses momentos, os avós dêem a refeição, mudem a fralda, coloquem a dormir;
  • Deixar o bebé na casa dos avós, sozinho, por curtos períodos e ir aumentando esse tempo;
  • Explicar os gostos e os desejos dos pais;
  • Explicar como os pais pretendem reprimir para que os avós vão ao encontro dessas estratégias no dia-a-dia.

Que conselhos aos avós?

  • Primeiramente: Respeitar a opinião, indicações e gostos dos pais;
  • Mostrar interesse em participar no cuidado aos netos;
  • Contar aos pais como correram os momentos sozinhos com os netos;
  • Mostrar aos pais que podem confiar;
  • Propôr-se a ajudar, não somente no cuidado aos netos, mas também no cuidado doméstico.

Como tem sido a nossa experiência pessoal?

Ontém falava com uma colega de trabalho sobre este tema. Ela foi ao encontro de tanto daquilo em que acredito! Obrigada Tatiana 😘 Realmente, desde cedo que procuramos o contacto próximo com os avós e com os tios avós. Infelizmente, os avós maternos do João Maria estão em França, mas não há dia em que não o vejam, lhe sorriam, brinquem com ele do outro lado como se tão próximos estivessem 💙

Os avós paternos e os tios-avós paternos são o grande apoio em diversos momentos. E por tudo isso temos consciência, enquanto pais, do seu papel importante no crescimento e no desenvolvimento do nosso bebé. Desde cedo partilhámos com eles os nossos interesses no que diz respeito à educação do nosso filho. Pedimos sugestões também. Faz-nos sentido agir assim. Mas também pedimos sempre que tenham atenção a pormenores que valorizamos e não queremos que passem despercebidos (lavar as mãos antes de comer, não brincar nem ver televisão durante a refeição, lavar os dentes após as refeições, entre outras práticas).

Diariamente, nos momentos em que privamos com eles, fazemos questão de mostrar como nos faz sentido educar o nosso filho. Sentimos, da outra parte, sobretudo respeito. Respeito pelos nossos ideais enquanto pais. E também nós os respeitamos: na casa deles eles decidem onde se pode mexer e, claro que podem reprimir (dentro do que previamente já tinhamos conversado). Afinal de contas caminhamos todos com o mesmo objetivo: ajudar o João Maria a ser um menino bondoso, educado, honesto e com bons princípios. O resto, ele aprenderá com a vida.

E por aí, como têm ultrapassado esta fase essencial da vida do vosso bebé?

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2 Comments

  1. BNS

    Infelizmente a minha mãe já não é viva para nos ajudar e a ajuda que os avós/tios maternos sempre disseram que iam dar está bastante aquém.
    No entanto, entendo que devemos proporcionar momentos com eles mesmo que a procura no sentido inverso pouca exista. Temos de ser sempre nós a ir !! Mas, pior até que isso é a falta de respeito que sinto em relação as minhas indicações, já cheguei mesmo a ouvir um “já criei três filhos” ou “em minha casa fazemos nós como quisermos”.
    O que posso fazer ? Sei bem a importância que os avós têm na vida dos netos por experiência própria e, ainda mais com a ausência da avó materna torna-se para mim muito difícil ficar confortável ou pedir ajuda. Sim, porque nunca me foi oferecida!

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    • Enf Andreia

      Olá 🙂 Grata pelo seu comentário.
      Pois, há casos muito complexos e com grande dificuldade. O melhor será sempre o seu marido explicar as coisas aos pais, demonstrarem os vossos desejos e procurarem que sejam entendidos pelos avós. Não sendo oferecida ajuda, infelizmente não há muito a fazer se as pessoas não se preocpam em colaborar…

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