Ontem foi dia de folga. Como já é hábito, desde que o João Maria nasceu, o dia é comprido. O dia de folga parece ainda mais comprido. Talvez por ter um bebé que às 7h30 já está em pé e eu própria desejar deixar tanta coisa orientada. Mas uma coisa é certa: este é o dia em que procuro sempre um bocadinho para ganhar força para os dias seguintes de trabalho.
Anseio as folgas porque preciso muito de tempo para mim. E não é de todo, para as tarefas da casa! Ou, no meio de todas as rotinas diárias e do pouco tempo que sobra, acabo por não investir em mim. Eu, Andreia. Eu, mulher.
Estar unicamente comigo mesma faz-me bem também porque gosto de ponderar sabem? Ponderar sobre os dias que passaram. Quantas vezes paramos para pensar no que aconteceu nos últimos dias? Nos motivos de determinadas reações ou comportamentos? Enquanto pais, enquanto seres individuais? É possível sem isso alterarmos comportamentos e sermos melhores pessoas? Melhores pais?
Em dia de folga ou não…
Na nossa casa o dia começa sempre com o nosso bebé a chamar por nós 😍 O papá vai buscá-lo para a nossa cama e é alí que começamos a animação do nosso dia. A energia do pequeno é tal àquela hora, que somos “obrigados” a abrir o olho 🤣
Como ainda mama, o ritual é a maminha da mãe sem limite temporal. Alí está ele no miminho e eu aproveito para fechar “só mais um bocadinho” os olhos 😅 Segue-se vestir a pulguinha e assim que acaba de ser despachado lá começa ele a pedir o seu pão! Sim, sim 😋 os papás vão tomar o pequeno-almoço mas o João Maria já sabe que também ele tem direito! Desde os seus 7 meses, também toma o pequeno-almoço conosco: depois da maminha, segue-se o pãozinho ou a bolachinha de milho/arroz, junto a nós à mesa 🙂
A mãe nos dias de folga leva o pequenote à creche. Como em todos os outros dias, despede-se de nós com um sorriso, feliz da vida ao colo da educadora. Já vos tinha dito que no início até tive uns certos ciumes?😅 Acontece-vos o mesmo?
10h30…
E eu já me sinto cansada! Arranjei o João Maria e levei-o à creche, lavei o exterior todo da minha casa (estava mesmo a precisar), pus uma máquina de roupa a lavar, arrumei a louça que ficou de ontém à espera 😆 aspirei a sala e a cozinha, lavei o chão da cozinha, tomei banho e já tomei o 2º pequeno-almoço 😛 Arranjei-me e… Finalmente é hora de sair de casa!
Amo o papel de mãe e sou muito feliz com a minha profissão, mas acima de tudo sou mulher, sou eu na minha identidade ❤️
🤔 Talvez quem esteja desse lado pense como, em tempos, cheguei a pensar: “mas está de folga e levou o filho à creche?” ou “mas está de folga e não aproveita para deixar a casa impecável?”. NÃO. Lamento.
Amo o meu filho como não amo mais nada na vida. Digo mesmo que nunca soube verdadeiramente o significado do amor antes de o ver pela primeira vez. Mas sei que tenho de estar bem a todos os níveis para que ele me sinta bem, para que ele também esteja bem. Sou uma mulher que precisa mesmo de tempo para mim, para a minha introspeção. Tem sido difícil, desde que o João Maria nasceu, conseguir tempo sozinha. E todas as semanas procuro 1h que seja sem pensar em mais nada!
E agora perguntam-me:
“Mas fazes dessa prática uma rotina?”. Não! Se tenho duas folgas seguidas ou mais de um dia livre na semana, claro que não tenciono ficar os dias sozinha e o meu bebé na creche. Mas também sou muito sincera: as rotinas são essenciais nas crianças e os educadores expressam-nos isso mesmo.
Claro que a educadora me dá permissão para, excecionalmente, o João Maria não ir em certo dia que estou de folga, considerando que no fim-de-semana estarei os dois dias a trabalhar (e não passaríamos dia nenhum juntos). Mas isso não pode ser rotina para a criança. Não pode nem deve pensar que pode sair a qualquer momento.
Como em tudo, há que descomplicar!
E sabem o que vos digo? O importante é a qualidade do tempo que passamos com os nossos filhos. E eu serei uma mãe muito mais presente se me sentir bem comigo mesma, se cuidar de mim e me sentir plenamente feliz ❤️
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