A infeção urinária é a infeção bacteriana e o diagnóstico mais frequente nas urgências de pediatria, motivo de internamento em muitos bebés e crianças. Os principais agentes responsáveis são bactérias gastrointestinais que ascendem até ao trato urinário, sendo a mais frequente a Escherichia Coli (que nome estranho este 😝).
O risco no bebé é a formação de cicatrizes renais, com potenciais complicações tardias. O diagnóstico e tratamento atempados são fundamentais na prevenção de danos renais.
Quais os fatores de risco?
Os fatores de risco em bebés estão associados, na maioria das vezes, a malformações e obstruções do trato urinário e à prematuridade; os meninos tendem a ter maior acumulação de bactérias ao nível do prepúcio, aumentando o risco de infeção urinária. Por outro lado, as meninas, apresentando maior proximidade entre o meato urinário e o ânus, incorrem em maior risco de infeção.
Em crianças maiores, a infeção urinária está associada, em maior percentagem de casos, à diabetes mellitus, ao trauma ou, em adolescentes do sexo feminino, às relações sexuais.
Quais os sintomas em pediatria?
Bebé
O problema dos bebés é que não se sabem queixar e os sintomas passam, muitas vezes, despercebidos, sobretudo em bebés com idade inferior a 3 meses: febre, recusa alimentar, irritabilidade, baixa progressão de peso ou perda de peso e vómitos, são os sintomas mais comuns. Os recém-nascidos surgem mesmo muitas vezes sem febre, mas com vómitos, recusa alimentar e má progressão ponderal como principais sintomas.
O risco aqui prende-se com a propagação da infeção para outros locais do organismo do bebé, sendo causador de infeção generalizada (sepsis). Daí ser fundamental diagnóstico e tratamento atempados.
Criança

A partir dos 2 anos de idade, os sintomas tendem a ser mais específicos, pois a criança sabe explicar a sintomatologia, englobando dor ou ardor ao urinar, urgência urinária, aumento das micções, dor supra-púbica e, claro, frequentemente febre associada.
Adolescentes meninas têm habitualmente taxa aumentada de infeções urinárias, associadas à relação sexual, com sintomas como dor abdominal, urina com sangue e urgência urinária.
Como é feito o diagnóstico?
Por análise à urina que permite identificar o agente causador e o antibiótico adequado ao mesmo.
Como é feito o tratamento?
Através de antibiótico. Em crianças mais pequenas ou em crianças que vomitam o antibiótico, justifica-se o internamento para administração de antibiótico por via endovenosa.
O QUE OS PAPÁS PODEM FAZER PARA PREVENIR?
Atender a um conjunto importante de aspetos, como sejam:
- Limpeza adequada do períneo do bebé:
Meninas: limpar sem friccionar, da frente para trás (da zona mais limpa para a mais suja):
Meninos: fazer ligeira retração do prepúcio para limpeza daquela zona, evitando a acumulação de sujidade entre o pénis e o prepúcio; deixar sempre a limpeza do ânus para o fim.
- Oferta de água ao bebé / criança (ler artigo «O meu bebé não aceita água – 4 estratégias a pôr em prática»);
- Incentivo ao esvaziamento frequente da bexiga;
- Evitar/tratar obstipação;
- Limpeza adequada do períneo das adolescentes após a relação sexual.
0 Comments