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Ausência de menstruação e pós-parto. Até quando é considerado normal?

Ausência de menstruação e pós-parto. Até quando é considerado normal?

Jul 25, 2020

Não ter menstruação é, para muitas mulheres, sinónimo de alegria. Para mim começou a ser uma preocupação ver os meses a passar e continuar em amenorreia. Sobretudo sendo o nosso método contracetivo até ao momento o preservativo. Apesar de saber que, continuando a amamentar seria expectável não menstruar, o meu historial ao nível dos ciclos menstruais foi sempre motivo de alguma preocupação. E foi isso que me fez marcar uma consulta com a minha ginecologista quase aos 10 meses do João Maria.

Primeiramente, dizer-vos que amenorreia é a ausência de menstruação em mulheres que já apresentaram, anteriormente, ciclos normais. Após o parto, tendencialmente há perda sanguínea via vaginal (quer após um parto via vaginal, quer após uma cesariana). Essa hemorragia que pode durar cerca de 6 semanas tem o nome de lóquios e, ao contrário do que muitos pensam, não diz respeito à menstruação.

  • Habitualmente a menstruação surge entre a 8ª e a 10ª semana pós-parto, em mulheres que não amamentam;
  • Em mulheres a amamentar em horário livre e em exclusivo até aos 6 meses, a quantidade da hormona prolactina (responsável pela produção de leite) mantém-se sempre em níveis elevados, sendo expectável que não tenham menstruação. Contudo, após o espaçamento das mamadas, com a introdução alimentar, habitualmente a mulher retoma a ovulação e, por conseguinte, a menstruação.
  • Ainda assim, é frequente em bebés cuja amamentação é mantida, mesmo após a introdução alimentar, os níveis de prolactina se manterem elevados, o que impede a ocorrência da menstruação. De qualquer forma, a partir dos 9 meses do bebé e mantendo-se a mulher em amenorreia, é aconselhável a observação por especialista adequado.

Consulta com especialista

9 meses e meio do João Maria e eu fui, então a consulta com a minha ginecologista. Toda a observação, complementada com os exames adequados, foram o suficiente para a médica me dizer que os meus níveis de prolactina se encontram elevados e me tranquilizar relativamente a este tema. Referiu ainda que, mantendo amamentação, seria expectável ainda demorar para ter a menstruação. Nada como a observação de um especialista para termos certezas que tudo está a decorrer na normalidade e que não há razão para preocupação.

Contudo, apesar dos níveis de prolactina estarem elevados, nada garante que, mesmo o João Maria mamando 3 a 4 vezes ao dia, os níveis não baixem e eu nao faça uma ovulação, correndo o risco de engravidar. Por esse motivo, é sempre importante ter em conta um método contracetivo. Ninguém melhor do que a minha médica, aquela em quem confio há muitos anos, para me elucidar relativamente a este tema. Depois da consulta, ficou decidido mantermos o método contracetivo que já estavamos a utilizar: o preservativo.

Método contracetivo

A consulta de revisão pós-parto, às 4 a 6 semanas pós-parto, assume grande importância. Isso e um planeamento familiar adequado e que dê ferramentas à mulher e ao casal para decidirem, com informação, o melhor método contracetivo a adotar nesta fase. Ou seja, é essencial o casal conhecer os métodos contracetivos existentes e decidir-se por um, mediante vários fatores (desejo ou não de amamentar, nº de filhos desejável, efeitos secundários/contraindicações de algum método em particular).

Os motivos principais que nos influenciaram, enquanto casal, a optar pelo preservativo basearam-se no meu esquecimento natural em tomar a pílula e no desejo de termos um segundo filho com intervalo de tempo relativamente curto do primeiro.

Os autores referem que a amamentação em exclusivo pode servir de método contracetivo temporário, desde que seja mesmo em exclusivo e até aos 6 meses de vida da criança. Para que tenha 97 a 98% de eficácia é preciso a mulher garantir 3 aspetos:

  • Tem de estar em amenorreia;
  • Não deve haver um espaçamento superior a 6h entre as mamadas;
  • Devem existir mamadas diurnas e noturnas. Ainda assim, o risco existe. Após os 6 meses de vida do bebé, mesmo que em amenorreia.

Uma vez diminuida a frequência na amamentação, diminui drasticamente a proteção conferida e a mulher passa a poder, muito mais facilmente, ovular, sendo fulcral recorrer a outros métodos contracetivos.

Dicas úteis

Não descurem a consulta de seguimento entre as 4 a 6 semanas após o parto. Não se esqueçam que o vosso bebé só pode estar bem se também vocês estiverem bem.

Aconselhem-se junto do médico ou do enfermeiro que vos segue relativamente ao método contracetivo que melhor se adequa à vossa situação em particular. Atendam a vários fatores na seleção deste método.

Questionem o vosso médico assistente relativamente à periodicidade de consulta de planeamento familiar;

Se não estão tranquilas relativamente a algum assunto relacionado com este tema, não hesitem em pedir ajuda aos profissionais adequados.

E por aí, estão tranquilas e satisfeitas com a escolha do método contracetivo? Já voltaram ao vosso médico assistente ou ainda não foram aconselhadas a tal?

2 Comments

  1. Cátia

    Ainda nao fui a consulta depois de 3 meses pós parto, devido à situação que vivemos, de pandemia, sei que é extremamente importante,mas temos adiado. Por aqui ,amamentacao em exclusivo,mas com menstruação desde o 1.mes,o metodo adotado tambem éo preservativo, nao pretendemos mais filhos, tenho varias duvidas do que escolher, pensei no Mirena, mas irei pedir opiniao ao medico assistente.

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    • Enf Andreia

      Olá Catia. Pois convem mesmo ir a essa consulta, com todas as medidas de proteção adequadas, claro. Até mesmo para tirarem essas dúvidas da contraceção 🙂 De qualquer forma, no que puder ajudar cá estarei. Obrigada pelo seu comentário e por estar desse lado 🙂

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