O afogamento em Pediatria – uma realidade que pode bater à porta de qualquer um de nós

O afogamento é a 2ª causa de morte acidental em pediatria em Portugal. Segundo os dados do último relatório da APSI (Associação para a Promoção da Segurança Infantil), crianças dos 0 aos 4 anos são as que mais carecem de internamento pós-afogamento, apresentando prognóstico geralmente reservado e, as sobreviventes, com sequelas neurológicas muito graves. As taxas de morte concentram-se, maioritariamente, entre os 15 e os 19 anos, com o género masculino a associar-se à maioria dos afogamentos. AS PISCINAS SÃO OS LOCAIS COM MAIOR PERCENTAGEM DE AFOGAMENTOS!

Ontém, 21/06/2020, um menino de 2 anos caiu à piscina de um parque de campismo e morreu afogado. O óbito foi confirmado por médico do INEM, conforme notícia do jornal «o observador».

O que vai na cabeça de cada um de nós ao ler uma notícia trágica como esta? Se antes de ser mãe me chocava, agora, então, parece que o coração me salta do peito só de imaginar uma tragédia destas. Não consigo julgar estes pais, estes familiares. É tão possível que aconteça a qualquer um de nós! As crianças são imprevisíveis em muitos dos seus atos; apanham as nossas fragilidades rapidamente e, com isso, colocam-se em perigo sem a mínima noção do mesmo. O João Maria começou a gatinhar há cerca de 3 semanas. Ou a rastejar-se 🙂 Seja como for, rapidamente me apanha desprevenida e aparece junto a mim na cozinha. Vejo o quão se torna perigoso ir unicamente à cozinha buscar um copo de água ou ir ao WC. Tenho sempre de o levar comigo ou sujeito-me a riscos desnecessários. Ultimamente, quando estamos sozinhos, vai comigo à divisão da casa onde eu for, coloco-o no chão e faço o que tenho a fazer, não o perdendo de vista. Na casa da avó paterna, há uma piscina no jardim. Procuro ter os meus olhos sempre nele, mas confesso que já sofro por antecipação de imaginar que daqui a um tempo vai começar a andar e o risco aumenta consideravelmente. Ainda assim, se em casa gatinha até mim em menos de 1 minuto, também no jardim da avó pode, rapidamente, chegar à piscina e cair sem que ninguém dê por ele! Não! Nós não somos pais mais ou menos cuidadosos do que vocês! Sabiam que o acidente ocorre maioritariamente em casais que consideram que o perigo não bate à sua porta?

Recomendações da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) e da Sociedade Portuguesa de Pediatria para PREVENÇÃO DO AFOGAMENTO

Não perder as crianças de vista, nem por 1 minuto, em zonas próximas à água; Dificultar o acesso de crianças a zonas com água, vedando ou colocando coberturas em poços, piscinas, lagos, tanques e/ou fossas; Não deixar a criança sozinha na banheira, durante o banho; Despejar toda a água do banho logo após o mesmo; Colocar sempre braçadeiras ou coletes salva-vidas em crianças; Selecionar SEMPRE piscinas / praias com vigilância; Ensinar as crianças a nadar, mantendo vigilância ativa; Ensinar as crianças a não irem sozinhas para a água e/ou a mergulharem de cabeça sem conhecimento da profundidade da água; APRENDER A FAZER REANIMAÇÃO CARDIO-RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA. De férias, redobrar a vigilância: as horas do dia em que os afogamentos são mais predominantes são pela manhã ou ao final da tarde. Consultem, neste link, o folheto preparado pela APSI sobre afogamento em Pediatria E vocês, como gerem o dia-a-dia com os pequenos, considerando os riscos envolventes? Já fizeram um curso de primeiros socorros em Pediatria? O que vos parece de ser este o próximo tema
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2 Comments

  1. Claudia Amaral

    Muito interessante!! O conteúdo do artigo e a sugestão de curso de primeiros socorros em pediatria, i’m in! Organiza isso que eu participo ❤
    O afogamento, como outros perigos, assusta-me muito, todo o cuidado é pouco!!

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    • Enf Andreia

      Obrigada minha PG 🙂 <3 Assim espero ainda para este ano esse curso! Obrigada, obrigada

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