Antes de escrever este artigo, lancei a fotografia da mamã A e da sua filha de 22 meses (com a devida autorização) nas redes sociais SOSMAMA: instagram e facebook. Recebi, além de muitos comentários, várias mensagens de mães adeptas da amamentação prolongada.
Quando pensei em escrever sobre este tema teve muito que ver com o exemplo da mamã A e da sua filha de 22 meses que mantém, com notória felicidade para ambas, amamentação. Quem contempla este momento entre as duas é impossível ficar indiferente.
Por saber que jamais negaria o meu convite para esta entrevista, e garantindo toda a privacidade da mesma e da sua filha, deixo-vos aqui o resultado final. Confesso-vos que me emocionou. Talvez porque aos 8 meses e meio do João Maria, consigo sentir certas palavras desta mamã como se fossem minhas.
Se vou amamentar o João Maria até tarde? Não sei. Querem saber porquê? Porque desde que nasceu passei a não fazer muitos planos e a pensar nele sempre em primeiro lugar. Se para ele for benéfico, se o fizer feliz e se eu me sentir bem com isso, porque não prolongar a amamentação? Algo que nos une tanto e lhe traz tantas vantagens?
O que faz uma mãe manter amamentação aos 22 meses de vida da sua filha?
“O vínculo, o olhar dela de satisfação. A felicidade e o relaxamento que sinto quando ela pega na mama. É mágico! Às vezes pára de mamar, olha para mim e agradece com um sorriso lindo. É espetacular. Sinto-me bem e ela também e isso faz-me continuar.”
O importante é, sem dúvida, mãe e criança se sentirem bem com a decisão tomada.
Têm horários para a amamentação?
“Mama em horário livre. Mas existem horários que ela não prescinde: ao acordar, quando chego do trabalho e a vou buscar aos avós, antes de jantar e sempre que quer adormecer. Fora isso, mama quando quer.”
Esta é uma decisão da mãe, claro que percebendo o gosto e a necessidade da criança. Decide se pretende amamentação em horário livre, se pretende estabelecer horários e habituar a criança a rotinas para a amamentação. Qualquer escolha é válida, desde que ambos se sintam bem: mãe e criança.
Como se sente uma mãe quando a filha pede mama na via pública/café/restaurante?
“A partir do momento em que fez 1 ano de idade, na rua tento distraí-la com outra coisa, mas se tiver calor e não aceitar água ou se por algum motivo se magoar, dou-lhe mama onde for, não tenho problema com isso.”
Uma vez mais, esta decisão e os hábitos criados entre mãe e filho vão ditar o comportamento no momento: Uma criança habituada a mamar em qualquer lugar, vai pedir mama em qualquer lugar; uma criança que tem como hábito mamar em momentos de desconforto/dor, se ocorrer algo que lhe provoque essa sensação, vai pedir mama; por outro lado, uma criança que mama unicamente de manhã e à noite, dificilmente vai pedir mama à mãe durante o dia, na via pública, no café ou no restaurante.
São muitos os casos de mães que, elas próprias se sentem angustiadas e envergonhadas por amamentarem na via pública uma criança que já anda ou já tem determinado tamanho. Consigo perceber estas mulheres, porque vejo o quão a sociedade é retrógrada neste e em muitos outros assuntos. A sociedade ainda tem muito a aprender! Burburinhos, olhares estranhos, comentários negativistas são perfeitamente desnecessários.
Contudo, para as mães que não conseguem abstrair-se desses sentimentos, há ESTRATÉGIAS que podem, sem dúvida, utilizar de forma a evitarem que o vosso filho vos peça mama nestes lugares com maior aglomerado de pessoas. A principal é a DISTRAÇÃO e, posteriormente, a PROCURA DE UM LUGAR MAIS RESGUARDADO para a amamentação.
E ainda! Ponderem se a amamentação prolongada está a ser benéfica para ambos ou se está a influenciar-vos negativamente como mães e como mulheres. Pensar unicamente no bem-estar da criança não é o caminho quando já temos do outro lado uma mulher psicologicamente atormentada. O vosso filho estará bem se vocês estiverem bem!
Quais as vantagens da amamentação prolongada?
- “O vínculo;
- O amor;
- A confiança;
- A imunidade;
- A sensação de bem-estar para a mãe e para a criança;
- Quando a criança tem sede ou quer “um petisco” entre as refeições.”
Vantagens? Muitas! Mas cada caso é um caso, cada mãe é uma mãe e cada criança é uma criança. Como em tudo na vida, a decisão não deve ser baseada na experiência do vizinho, da amiga ou da prima. Manter a amamentação deve ser algo pensado e decidido pelos dois: mãe e filho. Claro que o pai tem uma palavra a dizer, como em todas as decisões. Mas nada que o diálogo não resolva.
E por aí, são adeptas da amamentação prolongada? Como se sentem com a decisão que tomaram? Partilhem as vossas experiências.
Ca em casa a experiencia da amamentacao foi otima. A Maria Miguel mamou ate aos 42 meses ( tres anos e meio). Se achei tarde? so pela dependencia que criamos uma da outra (sim, acho que me custou mais a mim deixar de amamentar que a ela deixar de mamar)…. Agora temos a Ana Miguel com 2 meses e so espero poder amamentar por muito tempo…. Adoro o momento, a troca de olhares! Adoro o nosso momento, so nosso. beijinhos a todas as mamas
Susana obrigada por esta partilha tão linda! Sem dúvida, é mesmo único sentirmos que somos a pessoa mais importante da vida de alguém e que aquele momento marca para sempre a união com os nossos filhos <3 um grande beijinho e obrigada por estar desse lado!
Que óptimo artigo!
Por aqui, os meus gémeos ainda mamam e já fizeram 31 meses. Não me parece que queiram parar tão cedo…
Obrigada Inês pela sua partilha e por estar desse lado 🙂 Que bom que tudo corre bem, esse é um amor sem igual <3
que coisa mais linda ❤
Obrigada querida amiga <3
Que artigo maravilhoso!
Obrigada :)))))