«Introdução alimentar – 1º ano de vida»

Este foi um direto dedicado à alimentação dos nossos bebés. A introdução alimentar dita uma fase muito empolgante para os pais/cuidadores, mas também uma fase de preocupação em garantir que todas as necessidades nutricionais do bebé ficam satisfeitas.

Desta forma e baseando-me nas recomendações mais recentes da DGS, contempladas no Manual «Alimentação Saudável dos 0 aos 6 anos» (link), procurei responder-vos a todas as questões que previamente me tinham colocado e àquelas que me foram postando ao longo do direto.

QUEM NÃO ASSISTIU AO DIRETO, PODE ASSISTIR ATRAVÉS DOS 2 LINKS SEGUINTES:

1ª Parte

2ª Parte

Resumidamente, falámos de:

CREME DE LEGUMES DO BEBÉ

  • Deve ser sempre iniciada mediante avaliação por profissional de saude de referência do bebé e tendo em conta vários fatores;
  • Na seleção de legumes para a sopa do bebé, respeitando os 2 a 3 dias entre a introdução de cada alimento novo, devem constar na supa do bebé:
  1. 1 Legume base (batata / batata doce / courgete / chuchu / beringela / couve flor);
  2. 1 fornecedor de betacarotenos (cenoura / abóbora);
  3. 1 rico em antioxidantes (cebola / alho/ alho francês);
  4. 1 Legume de folhas (alface / bróculo / couve coração / etc… / feijão verde).
  • Todos os legumes podem ser introduzidos ao bebé a partir dos 4 a 6 mêses, excetuando-se os epinafres, o aipo, a beterraba e o nabo (devem ser introduzidos o mais próximo dos 12 meses possível);
  • O fio de azeite deve ser adicionado no final, já no prato de servir ao bebé, a crú;
  • A dose recomendada de sopa a partir dos 4 meses é de uma concha (120 a 150ml aumentando-se gradualmente); a partir dos 6 meses não deve ultrapassar os 200ml de sopa dado o volume gástrico do bebé na altura.

INTRODUÇÃO DA PROTEÍNA,CONFEÇÃO E DOSAGEM DIÁRIA RECOMENDADA

  • A proteína animal deve ser introduzida a partir dos 6 meses do bebé, seja carne ou peixe;
  • Recomenda-se a oferta ao bebé de carne em 4 dias da semana e de peixe nos restantes 3 dias;
  • A proteína deve ser pesada a crú (portanto, antes de ser cozinhada);
  • Não deve ser ultrapassada a dosagem de 30gr/dia de proteína animal (podendo ser dividida entre almoço e jantar);
  • Deve ser cozida à parte dos legumes e adicionada posteriormente à sopa de legumes do bebé;
  • A DGS recomenda, entre a introdução de carne e de peixe, a diferença de 2 a 3 dias, conforme para a introdução de qualquer outro alimento no bebé.

PAPAS CASEIRAS / PAPAS INDUSTRIAIS

  • Deve ser sempre iniciada mediante avaliação por profissional de saude de referência do bebé e tendo em conta vários fatores;
  • As papas industriais, cada vez são menos ricas em açúcares adicionados, mas sim os açúcares resultantes do tratamento enzimático dos cereais;
  • É essencial aprender a ler rótulos, comparando as diferentes papas de supermercado e selecionando as mais saudáveis para dar ao bebé (brevemente faremos direto com a nutricionistaInês Moreiraque nos vai elucidar acerca deste aspeto fulcral);
  • As papas caseiras podem ser dadas, mas NÃO EM EXCLUSIVO, dado não serem corretamente monitorizados os micro e macronutrientes a oferecer ao bebé, podendo resultar em carência nutricional se oferecidas em exclusivo;
  • Há uma variedade de papas caseiras passíveis de serem oferecidas ao bebé (brevemente lanço receitas no blog);
  • Habitualmente ofereço, ao lanche, 4 a 5 vezes na semana papa ao João Maria (1 das quais papa industrial de supermercado e as restantes papas caseiras e papas Bio Holle (à venda na Auchan, Wells e lojas Celeiro); as outras 2 vezes na semana dou iogurte com fruta).

FRUTA

  • A fruta pode ser iniciada em concomitância com a papa ou a sopa, respeitando os 2 a 3 dias na introdução de cada alimento (como referi anteriormente);
  • Aconselha-se a introdução inicial de pêra, maçã e banana.
  • Todas as frutas são permitidas a partir dos 6 meses, excetuando-se o maracujá, o kiwi e o morango (mais ricos em histamina e, portanto, mais suscetíveis de causar alergia no bebé; devem ser introduzidos o mais próximo possível dos 12 meses).

INTRODUÇÃO DO IORGUTE E IOGURTES RECOMENDADOS

  • A introdução do iorgute deve ser feita a partir dos 8 meses, mas mediante avaliação do médico que segue o bebé, pode ser aconselhada a sua introdução mais previamente, sem comprometimento para o bebé;
  • Recomenda-se a seleção de iogurtes naturais, sem aromas e sem açúcares adicionados;
  • O iogurte é uma excelente opção para lanche do bebé, podendo ser misturada fruta ou, mais tarde, frutos gordos/sementes, promovendo maior saciedade no bebé e contribuindo para a regulação do trânsito intestinal.

ALIMENTOS PROMOTORES DA REGULAÇÃO INTESTINAL

A nutricionistaInês Moreira entrou neste momento do direto e trouxe-nos dicas importantes, nomeadamente os alimentos que melhor promovem o trânsito intestinal do bebé:

  • Legumes mais ricos em fibras: feijão verde, agrião, bróculo, alho, alho francês, batata-doce (mais tarde;
  • Frutas, como a manga, a papaia, o pêssego e a ameixa;
  • Leguminosas (grão, feijão, fava, ervilha) a partir dos 9 meses;
  • Frutos gordos e sementes (chia, linhaça, giraçol – nunca mais de 1 colher de sobremesa por dia, a partir dos 9 meses);
  • INSISTIR NA OFERTA DE ÁGUA AO BEBÉ, a partir do momento em que se inicia a diversificação alimentar.

ALIMENTOS PROÍBIDOS

  • Sal (o rim do bebé não está preparado para a sobrecarga causada pelo sal);
  • Açúcar (fator crucial para o desenvolvimento de complicações tardias, como sejam o risco de diabetes e de obesidade);
  • Mel (pelo risco de contrair uma doença chamada Botulismo);
  • Bebidas açúcaradas;
  • Sumos de fruta (para confecionar um sumo de fruta utilizam-se muitas peças de fruta, ultrapassando a dosagem de fruta recomendada/dia);
  • Chás (sobretudo se ricos em cafeína).

BREVE INTRODUÇÃO AO BLW (Baby-Led Weaning)

  • O BLW difere da introdução alimentar tradicional sobretudo na forma como os alimentos são oferecidos ao bebé (moida, picada, aos bocados);
  • Aqui, quem procura o alimento e o leva à boca é o bebé e não o cuidador;
  • A DGS recomenda que não seja iniciada esta técnica antes dos 6 meses de idade pelo risco aumentado de engadgamento;
  • Sugere-se a introdução alimentar mista para casais adeptos desta técnica (sopa e determinados alimentos em BLW, garantindo o aporte de nutrientes necessários ao bebé e evitando o engasgamento);
  • DEVERÁ SER SEMPRE INICIADA A TÉCNICA BLW SOMENTE APÓS VIGILÂNCIA E CONCORDÂNCIA PELO MÉDICO QUE SEGUE O BEBÉ E COM ATENÇÃO REDOBRADA DO CUIDADOR;
  • Brevemente vamos ter um direto sobre este tema 🙂

E vocês, já foram assistir ao direto? O que acharam? Têm colocado em prática as recomendações da DGS?

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6 Comments

  1. Claudia Amaral

    Será muito útil em breve… Spr bom recordar 🙂 :pray:❤

    Reply
  2. KISY GUEDES

    E já afora, que peixes podemos usar para alternar com o frango/perú?
    Pode indicar quais os mais aconselhados para se começar para a IA? OBRIGADA.

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    • Enf Andreia

      Olá Kisy, os peixes iniciais devem ser a pescada, o linguado, a faneca e a solha, podendo depois ir acrescentando outros peixes, sem restrição e desde que cumpra os 2 a 3 dias de intervalo na oferta ao bebé. O salmão só deve ser oferecido a partir dos 10 meses e o bacalhau a partir dos 12 meses. Um beijinho, espero ter ajudado.

      Reply
      • KISY UYEKI

        ajudou e bastante em ambas as questões.
        muito obrigada pela resposta. :blush::wink:

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  3. KISY GUEDES

    qual a gramagem que se deve utilizar de cada legumes p/sopa?

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    • Enf Andreia

      Olá Kisy, bom dia! Obrigada pelo comentário e pela questão 🙂
      Não há recomendação específica da DGS relativamente a gramas de legumes, devendo sim colocar os 4 tipos que menciono no direto e nos artigos 🙂

      Reply

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