Ontém, no programa da Cristina Ferreira (raramente vejo mas confesso que admiro determinados assuntos e profissionais que são convidados), uma notícia despedaçou muitos corações. Quando me contaram fui ver o episódio com atenção e daí surgiu a ideia deste artigo. Tinha de vos trazer este tema!
Parece que a cada dia os temas vão surgindo conforme o que se passa no país e no mundo. Será falta de informação? Ou simplesmente é azar / falta de sorte?
Os azares acontecem. A falta de sorte bate-nos à porta. Mas prevenindo o risco diminui, certo? 🙂 Aqui venho eu, então, para vos dar o melhor que sei em mais um tema: conhecimento e partilha de experiências 🙂
Não me esqueço daquele dia em que estava a trabalhar e um colega e amigo me telefonou a chorar. Tinha acabado de sair com a VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) para um acidente que envolvia uma criança de 18 meses; a criança caiu de um 3º andar. Não houve nada a fazer… Os profissionais de saúde também choram, garanto-vos! Choram com os seus em casa, choram com os dos outros na rua. Mas choram. E tantas vezes precisamos de desabafar uns com os outros!
Esta notícia relembrou-me aquele dia e o sofrimento do meu colega. Quem tiver oportunidade aceda à sic online e veja a 3ª parte do episódio de 01/05 onde está a triste notícia.
OS ACIDENTES ACONTECEM!
Os acidentes na infância são dos principais motivos de morte em pediatria. Seja por acidentes de automóvel (os principais), quedas, queimaduras, intoxicações medicamentosas, entre outros. Cada um deles com especificidades e medidas preventivas que não podemos ignorar!
Na Europa, todos os anos morrem cerca de 1500 crianças vítimas de queda. Em Portugal, dados de 2012 da APSI (Associação para a Promoção da Segurança Infantil) revelam que 4% das crianças morre acidentalmente vítima de queda. É um número muito alto!
São 8 os principais locais de onde caem os bebés e crianças:
Queda das camas dos pais;
Queda de trocadores/muda fraldas;
Queda de sofás;
Queda de varandas;
Queda de escadas;
Quedas do ovo (quando colocado em superfícies altas ou sofás);
Queda de carrinho (quando sem cinto de segurança);
Queda de triciclos / bicicletas.
A palavra PREVENÇÃO tem de estar em primeiro lugar!
10 DICAS ÚTEIS
1.) Não deixar o bebé em cima da cama dos pais, de trocadores ou de sofás. O bebé, independentemente da idade, corre sempre o risco de cair da superfície onde for deixado. A maioria dos bebés que dão entrada nas urgências de pediatria, após queda da cama dos pais, têm entre 2 e 4 meses;
2.) Bebés recém-nascidos não devem ser colocados dentro do ninho em cima do sofá, mas sim em alcofa ou em berço devidamente protegidos. Mesmo com um adulto por perto, se o adulto adormece ou se distrai, a criança pode cair;
3.) O chão é o melhor sítio para o bebé brincar, em cima de um tapete ou de uma manta. Dalí não passa 😉
4.) O ovo é feito para colocar na estrutura do carrinho preparada para o efeito ou no chão e não em cima de superfícies;
5.) É essencial colocar SEMPRE o cinto de segurança quando o bebé está na espreguiçadeira ou no carrinho de passeio;
6.) Não esquecer de travar sempre o carrinho de passeio quando, por algum motivo, é preciso o adulto largar o carrinho;
7.) O acesso a varandas (seja por porta ou janela) nas casas onde a criança circula devem estar SEMPRE fechados à chave ou ao trinco;
8.) Devem ser retiradas cadeiras/bancos de zonas próximas das janelas, pois a criança tem muita criatividade e facilmente pega na cadeira, sobe e cai da janela;
9.) As zonas da casa com escadas devem ter cancelas ou o acesso às mesmas deve estar fechado à chave ou ao trinco;
10.) A criança deve ser ensinada, aos poucos, relativamente aos riscos e aos procedimentos a adotar. MAS NÃO PENSEMOS QUE A CRIANÇA É UM ADULTO EM MINIATURA. Nada nos garante que, mesmo tendo compreendido o recado hoje, a criança amanhã não vá ultrapassar barreiras e correr riscos.
Passar a palavra é a principal mensagem que vos posso deixar hoje neste tema.
Baseado em dados da APSI (consultar documento)
Ontem a minha pequena de 5 meses caiu do sofá, juro que foram dois segundos que desviei o olhar. Foi horrivel, felizmente ela tá bem . Senti me a pior pessoa, todo o cuidado é mesmo pouco.
Olá querida Tânia. Obrigada pela sua partilha! Sem dúvida que todo o cuidado é pouco, mas não se culpe! Acidentes acontecem. Com toda a certeza aprendeu muito com a situação 🙂 Um enorme beijinho e obrigada por estar desse lado <3
Adoro ler cada palavra deste blog.
É tanta informação… simples e objetiva.
O meu primeiro filho devia ter 5/6m qnd caiu da cama desviei o olhar para apanhar a chupeta e foi suficiente para um susto e um enorme hematoma. Felizmente acabou bem. mas senti me a pior mãe do mundo. Pelo menos 2x k tive sustos. tento não facilitar.
com o segundo filho ja aprendi algumas coisas mas por vezes o inevitável acontece basta um segundo um olhar desviado e zas da se um acidente . aqui a dias o meu bebe de 8m simplesmente atirou se do voador para o chão. parece incrível mas não devemos facilitar!
basta um segundo para perder o que de mais valioso temos na vida.
Querida Marta, que bom ter o vosso feedback positivo, ter as vossas partilhas e, com isso, ajudarmos juntas outras mamãs e papás! Agradeço muito que siga o blog e as páginas das redes sociais. Faço por vocês, pelos nossos pequenos e para que a ansiedade e o medo dos pais seja reduzida um bocadinho 🙂 Muitos beijinhos
Muito interessante, o tema, como aliás nos tens habituado!! ❤
Morro de medo da única varanda que temos cá em cada, um apt. situado no 4.andar mas que equivale a um 6. … a Íris já tem quase 5A, mas nunca estou tranquila qto a esta questão! E por muito cuidado que tenhamos, preocupa me imenso, pois as 2 portas da sala não têm sistema de trinco nem dá p/ colocar… Uma delas tem spr ade japonesa toda descida até abaixo, mas a que está virada p/ a varanda tento tê-la spr um pc descida, o suficiente p/ não dar p/ abrir.. Mas temos que receber luz! qto a todas as janelas da casa, todas têm um sistema incorporado que impede que a janela abra mais de x cm… mas a sala realmente preocupa-me…
qto a outro tipo de quedas tb é uma preocupação constante, mas como bem dizes, se tivermos cuidado, o risco diminui. Todo o cuidado, nesta matéria, é pouco!! ❤
Essa é uma preocupação realmente grande. Uma criança de 2-5 anos tem uma criatividade tal, que enfim. De qualquer forma, manter atenção redobrada e conversar com as crianças sobre os riscos é fulcral. Obrigada por mais um comentário tão bom 🙂