O tão esperado momento: Da maternidade para casa

O dia mais importante da vida de uma mulher e de um homem já passou. Não, não me refiro ao dia do casamento, nem ao dia em que souberam que tinham passado na entrevista para o primeiro emprego! Não, também não falo do dia em que receberam o diploma de fim de curso, nem do dia em que souberam que iam ser padrinhos pela primeira vez! Falo do dia do nascimento do vosso filho 🙂

Com este momento, um conjunto de novos sentimentos e emoções começam a surgir: um amor sem fim, uma felicidade que não sabemos explicar, mas também a angústia e o medo. O bebé que era só meu, passa agora a ser dividido por outras pessoas, passa a estar desprotegido num mundo em que não sabemos o amanhã. A bolha mãe-bebé está constantemente a ser alvo de bombardeamentos: o pai que, mesmo sendo o pai, tocou na orelha e acordou o bebé; a tia que vem e dá uma festa no cabelo; a avó que chega e quer pegar; o vizinho que vem e toca na mãozinha… E agora? Como se pode uma mãe preparar para isto?

Quem nunca ouviu a expressão: “Respira fundo, pensa e fala!”. Ora bem… É mesmo isso! Respirar, pensar e dizer, seja em que momento for, da forma mais cuidada que nos for possível e que as hormonas nos deixarem 😉

Falei em hormonas? Sim, sim, sim, as temíveis! Se achavam que grávidas tinham hormonas cintilantes, depois de parirem então!… Não vou assustar já quem ainda não passou por isso 😉 Só vos adianto que, se na gravidez havia momentos em que chorava sem saber o motivo, depois de ter o João Maria tanto ria à gargalhada como do nada chorava desalmadamente. Se eu sei o motivo? Não! Só sei que até porque pisei uma formiga e a matei, chorei perdidamente porque a formiga podia ter filhos 😉 😉 😉

Aproxima-se o momento da alta… A enfermeira diz-nos que dêmos o banhinho ao bebé antes de termos alta. Questiona as dúvidas que temos. Não nos deixa ir embora sem perguntarmos tudo e mais alguma coisa (e sem medo! Ninguém nasceu ensinado pois não?). Vem o pediatra e dá-nos também as suas indicações sobre o bebé. Segue-se o obstetra, que preocupado com a mãe, explica ao pormenor os cuidados com a saúde da mulher, aqueles que deixamos muitas vezes para trás em prol do cuidado ao bebé. Explicam-nos tudo mas nós sabemos que em casa vão surgir dúvidas! Então pedimos um contacto do serviço de forma a ligarmos em caso de necessidade. Ainda assim, relembram-nos da existência da linha Saúde 24 (808242424).

Chegou a hora, de, finalmente, sairmos da maternidade de regresso a casa. De 2 passámos a 3 e em menos de 2h vão entrar em casa três pessoas novas: um bebé, uma mãe e um pai. E agora? Será que vamos saber ser pais? Será que vou saber ser a mãe que o meu filho precisa? O que vai ser dele se me acontecer alguma coisa? E as outras pessoas, como vão reagir ao meu bebé? Será que vão querer pegar-lhe? Mexer-lhe? Tocar-lhe? Não sei se estou preparada! Acho que quero que o meu bebé volte para a minha barriga.

E todos me dizem para ter calma! Ai, eu detesto que me digam para ter calma! Eu estou calma! 🙂 Só sei que agora que vamos entrar em casa, a responsabilidade é toda nossa. Não temos a campainha que chama a enfermeira se o bebé tiver fome e não pegar na mama, se precisarmos de dar banho ao bebé ou de o adormecer. Somos nós que temos de fazer tudo o que soubermos para que este bebé seja feliz. E vamos fazer da melhor maneira possível 🙂 Vamos errar? Sim, claro que vamos! Mas vamos crescer, vamos aprender, vamos ser ainda melhores pessoas.

E vocês, como imaginavam/imaginam o regresso a casa depois de nascer o vosso bebé? O que sentiam? Partilhem as vossas histórias.

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7 Comments

  1. Sara Nogueira

    Oh meu Deus ! O momento de vir para casa foi horrível. Toda a gente quer pegar no bebé e nós com o desinfectante em cima mesa a dizer para desinfectar. Depois as pessoas que opinam sem lhes ser pedido ‍♀️
    Uma pessoa tem que se controlar mas há coisas que não dava e tinha que dizer.
    Tem uma coisa interessante também. Quando temos um filho parece que pessoas, mesmo da família, amigos e até conhecidos, de repente lembram-se que existes e começam a tentar criar o teu filho.
    Depois lá vem a chata da mãe que não se pode dizer nada que é logo uma besta… Mas pronto. Os pais são os pais, eles sabem o que é o melhor para os filhos, não são os avós, os tios, os primos ou amigos. Eles criaram os deles agora nós criamos os nossos. Se precisarmos de opinião , perguntamos .

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    • admin

      Os pais são quem tem de cuidar dos seus filhos, claro. A família, os amigos, os conhecidos, se quiserem ajudar podem fazê-lo. Há roupa para passar, há louça por lavar, há almoço e jantar para fazer 🙂 E há uma opinião para dar sempre que essa seja pedida pelos pais. Obrigada pela partilha 🙂

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  2. Claudia Amaral

    Magia ❤️

    Sensações distintas, numa primeira vez e numa segunda, mas tão mágico! Por tudo o que representa… Uma dádiva / bênção, o culminar do amor do casal que projeta a sua vida familiar com filhos…

    Angústia também… Pelos receios que surgem relativamente ao ambiente externo… Atitudes, comportamentos,…, que não nos agradam, com os quais não nos identificamos e que por vezes são tão, mas tão, difíceis de gerir… Dá pano para muitos fatos!! Eheh

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  3. Mónica Moutinho

    Medo misturado com pânico ! Nem penso no parto mas sim no tão esperado regresso a casa com o novo membro da família que esteve cá dentro quentinho e protegido durante 9 meses e, que agora, vai estar exposto a tudo e todos ! Ainda para mais com toda esta crise pandémica envolvida.. torna tudo muito mais complexo ! Mas tento sempre pensar que será apenas uma fase, que certamente vai correr bem
    Quero agradecer-te pelos teus artigos, têm sido sem dúvida uma grande ajuda para acalmar esta ansiedade neste último mês e meio de gravidez ! Beijinhos

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    • admin

      Que comentário bom! Obrigada 🙂 Os artigos são para isso mesmo, para vos ajudar a vós pais, a diminuir ansiedade e a sentirem-se mais confiantes para a nova fase que se avizinha. A crise pandémica ainda não foi tema de nenhum artigo mas será certamente, de forma a ajudar-vos também nos principais cuidados a ter com o recém-nascido. Vai correr tudo bem <3 Um grande beijinho

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    • Cláudia

      O melhor dos mundos já nasceu em Janeiro, 37 semanas, pré eclampsia, com uma ida à urgência com a tensão alta e a ficar internada. A médica diz me o parto vai ser induzido, e eu começo logo a tremer e a pensar ” aí mãe.. Eu ainda n estou preparada para ser mãe” A verdade é que este ser que me rouba todo o amor fez me chorar a olhar para ele vezes sem fim. É mesmo um amor que n cabe no peito. A ansiedade e o medo andam sempre cá a pensar se faço tudo bem. Pouca gente pega nele.. Agr com a quarentena só mesmo os de casa, mas quem 99,8% das vezes com ele sou eu aceitam se sugestões mas só eu é que faço, porque sou mãe e ele é meu.. Hehehe Ha muito amor e muito medo à mistura. O medo da primeira febre, o medo do primeiro dentinho a nascer, da primeira papa a dar e o medo de saber se o meu leitinho é suficientemente bom para ele. Há o medo de a ansiedade se falhar mas com muito amor e calma tudo se faz

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      • admin

        Claudia, obrigada pelo seu testemunho inspirador! Sem dúvida que há um medo em tudo desde que somos mães! Até o medo de não estarmos preparadas para o futuro 😉 Começamos ansiosas meses antes do que possa vir 😉 Mas cuide de si! O seu bebé precisa da mamã cuidada e bem de saúde (fisica e mental) para que também fique bem.
        Um beijinho 🙂

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