No artigo «Amamentação. Sim ou não?» falei-vos que nem tudo na amamentação são mares de rosas. Depois de ultrapassadas as dificuldades iniciais, amamentar torna-se um momento único entre mãe e filho.
– A dor, quando existente sinaliza que o bebé não está a fazer uma boa pega. Depois de algumas mamadas, esta dor pode tornar-se insuportável e causar gretas nos mamilos. É fulcral pedir ajuda a um profissional de saúde de referência, se possível assim que a mãe começa a sentir dor, de forma a evitar complicações.
– O desconhecimento da sociedade relativamente à importância da amamentação em horário livre pode ser gerador de stress e ansiedade na mãe, dificultando o processo de amamentação. Horário livre é mesmo horário livre! O bebé pode mamar de hora a hora, de duas em duas horas ou de duas horas e meia em duas horas e meia. No fundo, quem decide é o bebé (mama quando tem fome, quando tem sede, quando tem dor, quando pede conforto). Isso não é sinal de que o leite da mãe é fraco. Não existem leites fortes e/ou leites fracos. Sim? 🙂
COMO PERCEBER SE O MEU BEBÉ FICA SACIADO E NÃO PRECISA DE SUPLEMENTAÇÃO?
A saciedade de um bebé percebe-se, não pela frequência das mamadas, pois como vos referi, são vários os motivos que fazem com que o bebé peça a mama, mas pela progressão ponderal. Se é um bebé que semanalmente está a aumentar bem de peso, então a amamentação está a ser eficaz. De qualquer forma, a vigilância no Centro de Saúde e/ou em Pediatra é essencial e serão os profissionais que seguem o vosso bebé que melhor o vão conhecer e vos podem ajudar.
A opinião do familiar/amigo/vizinho que vos diz que “o leite não é forte, o bebé precisa de leite artificial” não deve sobrepôr-se ao aconselhamento profissional. Não se esqueçam disso! Mesmo que o bebé não tenha aumento de peso adequado numa semana, várias são as estratégias que podem ser implementadas, em conjunto com o vosso enfermeiro/médico de referência, de forma a manter o aleitamento materno. Procurem aconselhamento profissional.
Mas se tiverem de, por qualquer motivo, dar leite artificial ao vosso bebé, seja em exclusivo ou como suplementação do leite materno, não se sintam mal por isso. Já há no mercado várias opções de leites artificiais que podem ser adaptadas às necessidades do vosso bebé, conferindo-lhe um crescimento saudável.
No meu caso em particular, como vos referi no artigo «Amamentação. Sim ou não?», quando vos digo que sofri, que doeu muito, acreditem: doeu a valer! Nem eu sabia que afinal a minha tolerância à dor era tão grande 😉 Cheguei a dar de mamar com as lágrimas a correrem-me pelo rosto, tal era a dor! Mas insistia. Até ao dia em que, finalmente, pedi ajuda!
É tão importante saber pedir ajuda! Mais uma vez trabalhar em pediatria privilegiou-me. Tenho colegas fantásticos a quem pedi ajuda e tão bem me deram a mão. Profissionais experientes em aconselhamento na área da amamentação são fulcrais para ajudar as mães no processo de amamentação. E estão presentes nas maternidades e em muitos centros de saúde. Informem-se onde os podem encontrar, na vossa área de residência.
Para me ajudar na cicatrização dos mamilos e, com isso, superar a dor e tornar a amamentação prazerosa para mim e para o meu bebé, fui aconselhada por uma enfermeira e colega de referência a:
– Aplicar pomada à base de Lanolina várias vezes ao dia nos mamilos (a Lanolina é compatível com a amamentação, pelo que não precisam de limpar a mama antes de amamentar o bebé);
– Aplicar 1 gota de leite materno massajando suavemente o mamilo, após o banho e após cada mamada e deixar secar ao ar;
– Manter as mamas ao ar (sim mães! É mesmo para andar com a mamoca de fora 😉 );
– Utilizar conchas de amamentação sempre que o soutien de amamentação tiver de ser colocado, de forma a manter o mamilo ao ar, sem roçar no soutien;
– Utilizar mamilos de silicone até cicatrização completa de ambos os mamilos e, depois sim, adaptar o bebé diretamente à mama (quando comprei os mamilos de silicone foi essencial escolher um tamanho adaptado ao tamanho da minha mama e do mamilo. Não precisam de comprar mamilos de silicone antes do bebé nascer e avaliarem a necessidade da sua utilização; rapidamente o pai pode ir a uma farmácia e comprar, se precisarem).
– Depois de cicatrizados, manter muita atenção durante as mamadas, de forma a evitar que o bebé pegue mal o mamilo e volte a macerar;
Durante cada mamada conversem com o vosso bebé, olhem-no nos olhos. Aproveitem cada segundo mágico. Este será sempre o vosso momento.
Também convosco foi necessário pedir ajuda? Ou são daquelas mamãs sortudas em que o bebé rapidamente se adaptou bem à mama e nunca vos causou dor ou desconforto? 😉
Olá! Adoro ler os seus artigos, são diretos e claros!
De facto, considero a amamentação um desafio, ao qual nunca pensei que fosse! Mas, na realidade, é! Tenho uma princesa de quase 3 meses e já me passou pela cabeça, desistir de amamentar. Mas, com o apoio do meu marido, insisto, persisto e não desisto porque é o melhor leite para ela! Contudo, na consulta anterior, ela não aumentou muito de peso e então recomendaram dar suplemento! Não gostei muito da ideia, mas assim o fiz. A verdade é que tenho insistido muito mais para ela mamar, assim toma muito pouco suplemento. Várias vezes pensei: será que o meu leite é fraco? Será que tenho pouco leite? Será que o meu leite não a satisfaz? Mas, de dia para dia, tento abstrair-me destas questões que, na verdade, são pensamentos que nos iludem para desistir! Quero acreditar que, daqui a algum tempo, não precise do suplemento! Para mim, o mais importante é que ela esteja bem e que não perca peso! Obrigada pela sua dedicação e partilha! Beijinhos
Helena, agradeço muito esta sua partilha tão construtiva para muitos outros papás 🙂 Obrigada, de coração pelo seu comentário, pela sua opinião e por seguir o blog 🙂
De facto, o que importa é o nosso desejo máximo, mas também que o aleitamento seja benéfico e saudável para o bebé e para a mãe. Quem opta pelo aleitamento artificial, sejam quais forem as razões, igualmente tem mérito e não deixam de ser otimos pais. Todos queremos o melhor para os nossos filhos 🙂 Um beijinho grande
Muito interessante todo o contexto elaborado de forma simples para que nós especialmente as de 1 viagem consiga perceber como devemos amamentar de forma correta! Obrigada
Obrigada Bianca pelo seu comentário. O intuito é, sem dúvida, que a mensagem chegue a todas. Um grande beijinho
Olá mamã, durante a minha gravidez confesso que o que mais temia (mais que o parto) era amamentar!! Li muito, informei-me sobre as pomadas, mas tinha medo, nunca gostei que me tocassem nas maminhas por isso ter medo do que ai vinha, mas superei, tive sorte que o meu bebé era bom a abocanhar o mamilo, mas até quase aos 2 meses sempre usei a toda a hora a pomada, foi doloroso mas consegui que nunca gretasse nem deita-se sangue.
Olá Inês. Muito grata pela sua partilha. Identifico-me consigo num aspeto, quando refere “nunca gostei que me tocassem nas maminhas”. Eu também não! Nunca gostei sequer de imaginar que podia ter de pôr as maminhas de fora para dar de mamar, em qualquer lugar. Depois do meu bebé nascer, o medo passou e passou tudo a ser tão natural! Afinal de contas os nossos bebés ainda não bebem café 😉 por isso temos de os amamentar no restaurante, no carro, no café, onde tiver de ser! Que bom que teve sucesso e que ficou feliz com isso <3 um beijinho
Pedi ajuda sim… Adivinha a quem!? Ahahahahahah sim, graças a ti, a minha princesa +pequenina, já c/ 3M e 9D mantém amamentação em exclusivo!! Nd paga nem pagará isso ❤️❤️❤️